20 anos depois….. encontro com pares da COTEPE

Já se passaram 20 anos.

Minha passagem pela COTEPE — Comissão Técnica Permanente do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – COTEPE/ICMS — como representante do Estado da Bahia, talvez tenha sido um tanto quanto meteórica. Fiquei lá por volta de um ano, mais ou menos.

Mesmo nesse pequeno espaço de tempo, tive a graça e alegria de conviver com várias pessoas que representavam suas unidades federativas, com as quais aprendi bastante e me relacionei modestamente com amizade e companheirismo.

Ontem, para minha alegria, em casa do casal anfitrião Ely Dantas e José Hilton encontrei com a Lourdes — representante do Goiás — além de outros representantes o do Piauí, Neto e o do nosso vizinho Sergipe, Rogério Freitas, estes dois últimos novatos, para mim.

Presentes a esse encontro outras pessoas ligadas ao trabalho cotepiano, a exemplo de Sandra Urânia – Bahia, Lucymar — Mato Grosso e Maria Carneiro — Goiás.

Sabe-se bem que em encontro de pessoas do convívio de trabalho é inevitável falar dele. Parece uma praga. Mas, nesse encontro, falamos de amenidades e das lembranças da COTEPE e nada de assunto técnico-fiscal; nada mesmo.

Esses cotepianos estão na Bahia por conta de Reunião do CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) ocorrida no Palácio Rio Branco, nesta semana.Confaz-Ba (Palácio Rio Branco)

Apressei-me em procurar notícias dos representantes do meu tempo. Ainda estão por lá? Quem? etc e tal.

Pois bem, após obter as informações desejadas, me veio em mente escrever esta crônica para registrar o encontro de ontem, que, com certeza, prosseguirá no dia de hoje, quando havemos de celebrar aniversário do anfitrião José Hilton, em sua casa de praia aqui na Reserva Imbassai, onde escrevo.

Lembrar dos meus tempos de COTEPE exigiu forçosa viagem mental para tecer minhas impressões sobre cada um daqueles pares. Obviamente que não lembrei de todos, pelo que apresento minhas desculpas.

Vou me permitir não seguir qualquer ordem, quer seja alfabética quer seja de preferência. Seguirei o que minha mente for me sinalizando.

Comecemos pelo Plenário daquela Comissão e sigamos pelos representantes das unidades federativas.

O Dr Manuel – Secretário Executivo –  reverenciado pela sua liderança, parcimônia e trato lhano para conosco, além da sua verve conciliatória nos mais acalorados debates entre nós, representantes de antanho.

Permitam-me iniciar sobre meus pares, com a Lourdes, representante do Goiás, até mesmo pelo inusitado do encontro aqui na minha Bahia. Lourdes não deixava passar nada. Digamos assim, um verdadeiro beque central, valendo-me do jargão futebolístico, na defesa dos interesses do seu estado, mas sempre afável conosco e, por vezes, oferecendo adjutório nas nossas discussões para melhor entendimento das matérias sob análise, referenciando a legislação e o histórico dos atos COTEPE, convênios, etc., que diziam sobre elas.

Como não lembrar do “comendadorJoão Alfredo — de saudosa memória — representante do Ceará, fina e elegantemente trajado, invariavelmente, além da sua forma fidalga de tratar com cada um de nós; um verdadeiro gentleman, na essência da palavra.

Difícil esquecer a pujança cartorial do Odair, representante do país-estado São Paulo, detentor de biblioteca própria e ambulante alusiva aos Convênios, Acordos, etc., além da legislação tributária do seu representado – um verdadeiro calhamaço de papéis, dado que naquel’época a internet ainda estava engatinhando em nosso país.

Era comum vermos o(s) representante(s) do Rio de Janeiro, Edmundo e Adalberto sempre em dupla – se fossem da Bahia, podíamos até apelidá-los “Cosme & Damião”, os santos meninos que celebramos em setembro com oferecimento do tradicional caruru servido a 7 crianças – passavam a todos um exemplo de cumplicidade profissional naquilo a que estavam dispostos a discutir em prol do seu estado.

Como aprendi com o tom amigável do professor Eliud, representante do Maranhão! Estava sempre solícito e disposto a nos orientar.

Não, não podia esquecer da alegria transbordante do João Carlos, representante de Santa Catarina, piadista e fiel torcedor do governador daquele estado, pelo fato de este pertencer aos quadros do fisco catarinense.

Lembrei da sisudez e da elegância em trajar-se do Omena, representante das Alagoas, de pouca conversa, embora cortez conosco e sempre disposto a coordenar uma discussão de matéria a ser levada a Plenário.

E o Barros, representante do Mato Grosso do Sul, com seu vozeirão característico e trato cativante, que nos recebera finamente para o CONFAZ de setembro 1998, na cidade de Bonito, verdadeiro paraíso natural, .

Ah, não deixaria de fora o meu dileto amigo e companheiro Nilo Otaviano, representante do Pernambuco, hoje ferrenho homem de frevo, com o seu Projeto músico-cultural denominado Arruando; uma bela e portentosa Orquestra, que alegra o Recife com seus dobrados, frevos e passistas admiráveis.

Do meu vizinho Sergipe, a lembrança do Raimundo, sempre formalista e circunspecto, defensor incólume das receitas sergipanas; muito difícil ceder em matérias que vislumbrasse o apontamento de mínima, minimíssima, perda na arrecadação.

Do Rio Grande do Norte, lembro da Lina Vieira. Moça elegante, competente e sincera na defesa dos propósitos tributários do seu estado.

Do outro Rio Grande, o do Sul, a figura pouco amistosa do Gazziotin, aliás o seu jeitão próprio do sulista brasileiro, sempre se apresentando a coordenar matérias do interesse do seu estado com o fito de, talvez, de emplacar o desejado sem reparos.

Do Pará do Círio de Nazaré, me veio a lembrança da Nilda, representante daquele estado.

Lembro bem do Zé Humberto, representante do Espírito Santo, com seu bigode característico, sempre apressado nas reuniões.

Da Paraíba, grata lembrança do meu amigo Nailton. Muito educado e amigueiro; sempre nos identificamos muito bem.

Das Minas Gerais, lembrança vaga do Deusimar, pouco afeito a conversar, embora cordial e receptivo às nossas considerações.

Não tenho como esquecer do trato cortês e conciliador do Francisco, representante do Paraná, a quem recorri por diversas vezes em socorro às pretensões da Bahia, notadamente o item isenções fiscais.

Do Mato Grosso, tenho a lembrança do José Carlos, alto, esguio e de cabelos e barba brancos, finamente tratados.

Do Amazonas, a lembrança do Nivaldo, um rapaz moreno, característica de origem indígena — por óbvio.

Como dissera no início, peço perdão àqueles que não lembrei. Afinal já se passaram vinte anos e sem qualquer contato com aquela Comissão Permanente.

Reserva Imbassaí — Bahia, raiar do dia 16 de dezembro de 2018.

(Antônio Mário Bastos) Tonho do Paiaiá — reminiscências do trabalho em Brasília, representando os interesses fiscais tributários da Bahia.